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sábado, 25 de setembro de 2010

o infinito deve ser um pé de amora carregado

O sítio em Jundiaí

O bosque de amoreiras.

O tempo de descalçar as sandálias, um beijo corrido na mãe, no pai, e sumiço de um dia inteiro, entre folhas e lagartas, e bagos negro-arroxeados. Pés, boca e mãos mergulhados na pintura borrada das tintas de amora. Ao longe, de quando em quando, uma voz profetizando dores de barriga.

Um cheiro de noite camufla a pintura completa, e num copinho de plástico as últimas pinceladas até à boca, para engolir na viagem de volta.

Na memória dos pés, boca, mãos, manchas invisíveis. Sinto ainda gosto de roxo.

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